Repassando o que a Rosa publicou ontem :)
Outra atividade realizada foi um mashup sobre algum tema referente à língua portuguesa ou a alguma outra língua. Escolhi como tema o particípio passado em espanhol: https://www.smore.com/t63t7-partic-pio-passado-em-espanhol
Ainda para a minha matéria, tenho que fazer uma curadoria sobre algum tema relacionado à língua portuguesa. Escolhi o ensino do português par estrangeiros e estou dando preferência a artigos e páginas voltadas a hispanohablantes.
O link é: www.scoop.it/t/portugues-para-estrangeiros-by-larissa-5 Teriam muitas coisas a serem comentadas sobre esta publicação da Rosa no Facebook: como é bacana ela responder as pessoas na rede social, e por e-mail também; sobre como eu também sempre achei o romance da Bruna bastante realista; sobre como é engraçado isso de, às vezes, termos interpretações (leia o comentário da menina) que o autor não pensou - sei de uma história que aconteceu em um cursinho pré-vestibular em BH, em que uma autora de um livro que cairia na prova da UFMG foi convidada para conversar com os alunos, então, um professor de literatura deu "A" interpretação sobre uma passagem do livro, obtendo um "eu nunca tinha pensado nisso" como resposta da escritora; mas, tudo que consigo dizer após ler a matéria é: como assim???
Como foi dito em um dos comentários dos leitores do El País, pouco importa, no final, se quem te matou foi uma máquina ou uma pessoa, o importante e que houve a morte e que existem guerras. Ainda assim, não consigo não achar impressionante saber que neste momento deve ter alguém gastante seu tempo e conhecimentos para criar esse tipo de coisa. Voltando ao tema dos toros, Rosa Montero, filha de toureiro, que, quando criança, ficava em casa com sua mãe, avó e duas tias "rezando el rosario ante una capilla con lamparillas, un santo, flores..." enquanto o pai ia para as touradas, não é taurina, porque gosta muito dos animais, mas respeita o meio.
Apesar de compreender, respeitar, ela inicia sua coluna do El país do dia 17 de setembro de 2013 com um basta ya ao que chama de parte oscura, retrógrada, violenta, inculta, primitiva, tribal da Espanha e pergunta até quando continuarão manchando a reputação de toda a Espanha com sua ferocidade medieval. E essas não foram as únicas vezes que ela citou a corrida de toros (ou toreo) (veja). Segundo donquijote.org, a tourada a cavalo era uma diversão da Idade Média, sendo que já havia sido convertida em um espetáculo por influências gregas e romanas. Porém, a tradição não é romana, e sim celtibérica, sendo que, em cerimônias religiosas de tribos pré-históricas espanholas, o touro já possuía um importante papel. A Espanha não é o único país que possui tourada. Em Portugal, México, Venezuela, dentre outros, também há a festa; algumas pessoas vivem disso, outras se regozijam com o sofrimento de animais sendo torturados. No Brasil, já tivemos touradas e hoje temos festas semelhantes. É um traço cultural antigo na Espanha e, provavelmente, também em Portugal. Não tão antigo, por razões óbvias, nos outros países citados, mas, ainda assim, algo já forte culturalmente. Deve ser tratado com cuidado pelos países e respeitado, mas não é imaculado simplesmente por ser cultural. Em alguns países, é comum casarem meninas (crianças) com homens adultos, e não costumamos ver pessoas defendendo a prática por ser "da cultura deles", então não dá para entender quando algum brasileiro, por exemplo, insinua que a tourada deve ser mantida simplesmente por ser cultural. Além disso, a tourada não é a única tradição de maltrato animal da Espanha ou do mundo. La pava de Cazalilla, o salto de la cabra e o "giro do cachorro" (na Bulgária) são só alguns exemplos (quem tiver interesse, pode ler mais sobre o tema em blogs e páginas como http://www.thinkfuture.es/archives/2605, http://www.20minutos.es/noticia/1925964/0/animales/fiestas/maltrato/). Espero que logo isso fique apenas na história. Qualquer um que já tenha visitado o facebook da Rosa Montero deve ter percebido o quanto ela gosta de animais. Hoje (02 Abr. 2015) de manhã, ela postou sobre as becerradas en Algemesí. Lá, teve uma votação recentemente para decidir se continuariam ou não com as becerradas, e, segundo Rosa, "por estrecho margen ha salido que no volverá a matar ni a herir a las vaquillas, ni banderillas ni nada". Ela termina o post dizendo que quer felicitar de todo coração às pessoas de Algemesí, "que están caminando hacia el futuro".
Fico feliz em saber que ela não se limita a ser uma escritora de livros que fazem sucesso. Pelas suas matérias no El país e pelas suas postagens no facebook, parece que é, também, uma boa pessoa. É bom lembrar que a cultura alheia deve SIM ser SEMPRE respeitada, mas que isso não a isenta de precisar mudar certos traços. Qualquer sugestão de indicação de livro da Rosa Montero ou postagem sobre algo relacionado a ela ou à Espanha, enviem-me por comentário aqui no blog.
|
Larissa DuarteSou estudante do bacharelado em espanhol, do curso de Letras da UFMG. ArchivesCategories |